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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Pãozinho de ouro

Sábado de manhã, acordo e vou resolver algumas coisas como: carregar o bilhete único, comprar um DVD virgem e um pacote de bolachas para o meu namorado comer de café da manhã, aparentemente uma tarefa simples, isso se não houvesse alguns empecilhos pelo caminho.
A fila para recarregar o bilhete é gigantesca, então pensei: vou até o mercado comprar as outras coisas para adiantar e depois resolvo a questão do bilhete.
Andei por todos os 27 corredores do mercado e nada, não encontrei o DVD, peguei a bolacha, dei mais uma volta e decidi perguntar para o funcionário se eles vendiam DVD´s. Ele me respondeu que sim, que ficava no caixa, agradeci e fui para lá. Olhei, olhei e nada, como a fila estava imensa perguntei para a mocinha do caixa: Por favor, onde ficam os DVDs? Ela simplesmente apontou com a cabeça para uma espécie de caixa rápido totalmente isolado sem nenhuma boa alma para atender. Aguardei, afinal paciência é uma virtude, olhei para o lado e havia vários funcionários batendo papo e dei aquela olhadinha com um sorrisinho amarelo, e um deles me respondeu com cara de poucos amigos: É com ela. Apontando para aquela mesma mocinha que eu tinha feito a primeira pergunta e que estava atendendo a outra fila, ignorando a minha existência. Dois minutos me sentindo como um fantasma foram suficientes para que toda a minha virtuosa paciência fosse para o ralo.
Desisti, deixei a bolacha lá e sai xingando a falta de organização do estabelecimento, afinal de contas eu ia comprar, sou cliente e ninguém estaria me fazendo um favor ao me dar atenção, mas decidi esquecer, pois estava um lindo sábado de sol não iria me aborrecer por tão pouco.
Peguei o ônibus, depois o metrô e fui andando até a casa do meu namorado quando lembrei que não tinha comprado a bolacha, então tive a iluminada idéia de passar na padaria e pegar uns pãezinhos. Fiquei pensando que não havia nenhuma padaria no caminho, mas havia sido inaugurada uma lanchonete com cara de padaria a 2 quarteirões, decidi entrar. Entrei e perguntei para a atendente: Oi, vocês vendem pães?
Ela respondeu: Oi?
Eu: Pão, pão francês vocês vendem?
Ela: Quantos?
Eu pensando: Nossa será que fiz uma pergunta tão difícil, só quero saber se eles têm ou não têm pães. Será que ela só tem 01 no estoque, por isso está perguntando quantos? Mas vamos lá... Eu respondo: São 02 moça, só 02.
Ela se vira para ir buscar os tão misteriosos e difíceis pãezinhos, quando por sorte eu decido perguntar: Quanto é?
Ela: R$ 2,00
Eu: Oi?
Ela: R$ 2,00
Eu: Quanto? R$ 2,00 (dois reais)? São dois pãezinhos que eu pedi.
Ela: Olhar de estorcadora = pessoa que estorque, do verbo estorquir arrancar dinheiro injusto, acima do normal, abuso, palhaçada mesmo, um estorco dos grandes.
Eu: Comecei a rir e não conseguia dizer absolutamente nada e sai andando balançando a cabeça totalmente indignada, não acreditando no que acabara de ouvir.
Andei mais um quarteirão e encontrei um mini mercadinho, confesso que fiquei com medo de perguntar se eles vendiam pão, mas acho que persistir também é uma virtude e fui em frente. Enfim comprei os tão esperados pães por R$ 0,35 centavos e quase abracei o padeiro de alivio por saber que nem todos perderam a noção do ridículo.